Tópicos

< Voltar

Diuréticos
10/11/2012
Publicado por: administrador

 

Texto de Davi Melo


Diuréticos


Diuréticos são substâncias que elevam a taxa do débito e volume urinário, aumentando a excreção de sódio(Na+) e Cloreto(Cl-), através de uma ação sobre os Rins. O efeito primário consiste em diminuir a reabsorção de Na+ e de Cl- do filtrado, sendo o aumento da perda de água secundário à excreção aumentada de NaCl. Tal resultado pode ser obtido de duas maneiras:



Diuréticos que atuam diretamente sobre as células do Néfron 
Tais diuréticos atuam nas partes dos néfrons onde ocorrem a maior parte da reabsorção ativa e seletiva de solutos:


Diuréticos de Alça 

São os mais poderosos de todos os diuréticos e possuem a habilidade de provocar excreção de 15 a 25% do Sódio presente no filtrado. São também conhecidos como diuréticos de alto limiar. Os principais exemplos de  Diuréticos de Alça são a furosemida, bumetanida, piretanida e torasemida. Esses fármacos atuam primariamente sobre o segmento espesso da alça ascendente de Henle, inibindo o transporte de NaCl para fora do túbulo e para o interior do tecido intersticial ao inibir o carreador de Na+/K+/2Cl- na membrana luminal 
Podem exercer ação venodilatadora, direta ou indiretamente através da liberação de um fator renal. Após sua administração intravenosa em pacientes com insuficiência cardíaca aguda, observa-se um efeito vascular terapeuticamente útil antes do início do efeito diurético.
Por  aumentar a perda de H+ e K+, os diuréticos de alça podem causar alcalose metabólica. Ocorre  também aumento na excreção de Ca++ e Mg++, com excreção diminuída de ácido úrico. 

Usos Clínicos:


Diuréticos que atuam sobre o Túbulo Distal 

Incluem as tiazidas e fármacos semelhantes. O principal diurético tiazídico é a bendroflumetiazida. Outros tiazídicos importantes são a hidroclorotiazida e ciclopentiazida.
Suas ações diuréticas são moderadamente poderosas. Diminuem a reabsorção ativa de Na+ e de Cl-, não exercendo qualquer ação sobre a alça ascendente espessa de Henle. A perda de potássio associada a esses fármacos é significativa e pode ser grave.
Quando utilizados no tratamento da Hipertensão, a queda inicial observada na pressão arterial decorre de uma redução do volume sanguíneo causada pela diurese; todavia a fase tardia parece ser devida a uma ação direta sobre os vasos sanguíneos.

Usos Clínicos:


Diuréticos que atuam nos Túbulos e Ductos Coletores 

Possuem efeito diurético limitado e atuam nos túbulos e ductos coletores inibindo a reabsorção de Na+ e diminuindo a excreção de K+. Os principais exemplos são o Triantereno e a Amilorida, que são também levemente uricosúricos.
A principal importância desses diuréticos reside na sua capacidade de poupar o K+. Podem ser administrados com diuréticos perdedores de K+, como os diuréticos tiazídicos, a fim de manter o equilíbrio do potássio.


Diuréticos que atuam indiretamente ao modificar o conteúdo do Filtrado 

Esses diuréticos exercem esse efeito ao aumentar a osmolaridade ou a carga de Na+

Diuréticos Osmóticos 

São substâncias farmacologicamente inertes que são filtradas no glomérulo, mas que sofrem reabsorção incompleta ou que não são reabsorvidos de forma alguma pelo néfron. No interior deste, o principal efeito é exercido sobre as partes que são livremente permeáveis à água: túbulo proximal, ramo descendente da alça e túbulos coletores. Por conseguinte, o principal efeito dos diuréticos osmóticos consiste em aumentar a quantidade de água excretada, com aumento relativamente menor na excreção de Na+.

Diuréticos que atuam sobre o Túbulo Proximal

São inibidores da anidrase carbônica e causam aumento da excreção de bicarbonato, acompanhado de Na+, K+ e água. Não são usados atualmente como diuréticos, mas podem ser administrados no tratamento do glaucoma com objetivo de reduzir a formação de humor aquoso, bem como em alguns tipos de epilepsia. O principal exemplo é a acetazolamida.




Fonte: Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall - 11ª edição; Farmacologia - Rang & Dale - 6ª edição